INSTITUTO DE TECNOLOGIA AGRO-ALIMENTAR PASSA A CONTAR COM INSTALAÇÕES PRÓPRIAS
14 Outubro 2020 | Tecnologia | Jornal de Angola
Localizada nos arredores da cidade de Malanje, as instalações da única instituição do país que ministra o curso de Engenharia em Tecnolo-gia Agro-Alimentar, vai ser inaugurada, hoje, pelo Presidente da República, João Lourenço.
As novas instalações dispõem de dez salas de aula, para albergar 350 estudantes. Nas anteriores instalações, devido à limitação de espaço, só podiam estudar até 60 alunos.
Não dispunha de equipamentos para aulas práticas, o que obrigava os estudantes a serem enviados para instituições que dispunham destes meios. Essa é uma realidade que vai ficar para trás, porque as novas instalações dispõem de oito laboratórios completamente equipados, dois pavilhões de transformação e um de alimentos, onde os alunos passarão a ter as aulas práticas.
Numa primeira fase, o Instituto está a ministrar apenas um curso, o de Engenharia em Tecnologia Agro-Alimentar, mas perspectiva, mais para frente, abrir outros, como é o caso de Agronomia ou Veterinária.
De acordo com o director-geral do Instituto, Guilherme Pereira, o referido curso é muito caro, razão pela qual, nesta fase, estão ainda virados para o processo de formação de mais docentes.
“À medida que vamos aumentando o número de docentes, abriremos, também, outros cursos e, a partir daqui, estaremos em condições, até, de arrancar já com os cursos de mestrado”, frisou. O corpo docente é formado por 24 professores, todos nacionais, entre efectivos e colaboradores.
Antes do surgimento do instituto, os técnicos nacionais que trabalham nessa área eram formados fora do país.
Guilherme Pereira não precisou quanto é que este investimento custou aos cofres do Estado, mas sublinhou que a formação é um investimento oneroso.
Por causa do número ainda reduzido de técnicos nacionais na área, prosseguiu o director, a maior parte dos profissionais que actua no sector alimentar, sobretudo ao nível do controlo de qualidade, é estrangeira.
Os estudantes formados na instituição têm várias saídas profissionais. Podem trabalhar em indústrias de transformação de alimentos, nas alfândegas, nos portos, em análise de qualidade de alimentos, laboratórios, entre outras. “Há várias saídas relacionadas com as áreas de transformação e conservação de alimentos”, garantiu o director.
Para o responsável, o surgimento da instituição no país representa um grande ganho, na medida em que vai ajudar o país a fortalecer, cada vez mais, a agricultura.
“Sabe-se que a agricultura tem sido a base de desenvolvimento de muitos países e, neste caso, a indústria acaba por ser o factor decisivo nessa cadeia”, realçou.
Guilherme Pereira acrescentou que, com este investimento, o país marca um grande passo no processo de desenvolvimento da agricultura e poderá deixar de depender das importações.“Isso vai permitir que a indústria nacional se desenvolva”, salientou.
O Instituto de Tecnologia Agro-Alimenetar vai pertencer à Universidade Rainha Njinga-a- Mbande. A primeira turma arrancou em 2015 e, em Dezembro do ano passado, foram já formados 30 engenheiros em Tecnologia Agro-Alimentar.
Actualmente, conta com 176 estudantes, desde o primeiro ao quinto ano, provenientes de várias províncias. Mudaram-se para as novas instalações em Março deste ano, mas, devido às restrições impostas pela Covid-19, viram-se forçados a suspen-der as aulas