França vai investir 30 mil milhões de euros na reindustrialização até 2030
13 Outubro 2021 | Política | Mercado
O objectivo de garantir a independência da França face ao estrangeiro, principalmente no sector da energia, vai levar a um investimento de 30 mil milhões de euros, anunciou o Presidente francês.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou esta terça-feira um investimento público de 30 mil milhões de euros na próxima década para reindustrializar o país, especialmente para ter mais controlo sobre as fontes de energia.
“Quero que voltemos a encontrar um ciclo virtuoso que inove, produza e exporte, financiando assim o nosso modelo social. Penso que esse modelo virtuoso deve basear-se num investimento massivo numa estratégia de inovação e industrialização”, disse esta terça-feira o Presidente da República francês num discurso a partir do Palácio do Eliseu.
Numa longa comunicação transmitida em directo, não só pelas televisões, mas também por todas as redes sociais do presidente, Emmanuel Macron desvendou o seu plano para a França em 2030.
Os anúncios dos objectivos para a próxima década vieram acompanhados de um financiamento extraordinário de 30 mil milhões de euros de investimento público para construir a independência da França face ao estrangeiro, mas também face a modelos sociais “muito diferentes” como o da China ou dos Estados Unidos.
Para isso, o Presidente disse que agrade prioridade é a independência energética, anunciando que até 2030 a França quer criar novos reactores nucleares, mais pequenos e menos poluentes, assim como uma grande aposta na energia à base do hidrogénio, sem esquecer as energias não-renováveis, onde Macron quer investir 600 milhões de euros para torná-las mais verdes.
Segundo o plano, a França deve produzir nos próximos 10 anos pelo menos dois milhões de veículos eléctricos ou híbridos e construir o primeiro avião a hidrogénio.
Com a sustentabilidade como mote dos objectivos para 2030, o líder francês colocou também como outras metas uma alimentação “mais saudável”, uma saúde mais inovadora e com produção francesa, a aposta no potencial da cultura e a conquista do espaço.
Este plano surge seis meses antes da eleição presidencial que se vai realizar em Abril de 2022, estando a ser encarado pela imprensa francesa como um programa eleitoral para o Presidente que ainda não declarou formalmente a sua candidatura, mas deve fazê-lo até ao final do ano.