Fim da cerca sanitária favorece a economia
2 Setembro 2021 | Saúde | Jornal de Angola
A cerca sanitária que pesava sobre a província de Luanda, como uma das formas de conter a propagação da Covid-19 no país, foi levantada às primeiras horas de hoje.
A medida, constante no novo Decreto Presidencial sobre o Estado de Calamidade Pública, que entrou em vigor às 00h00 de hoje, foi anunciada, ontem, em Luanda, pelo ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Francisco Furtado, no final da 8ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, orientada pelo Chefe de Estado.
O também coordenador da Comissão Multissectorial para a Prevenção e Combate à Covid-19 disse que o levantamento da cerca sobre Luanda se deveu à evolução positiva da eficácia das medidas de prevenção e controlo da propagação do vírus, bem como as regras de funcionamento dos serviços públicos e privados e dos equipamentos sociais durante o período de vigência da referida cerca sanitária.
Ainda nesta senda, Francisco Furtado disse que o Conselho de Ministros considerou necessário que se dê continuidade ao retorno gradual das actividades económicas mais directamente afectadas pela pandemia e de actividades similares, com particular destaque para o regresso da mobilidade de pessoas e bens em todo o território nacional.
Entretanto, esclareceu que esta medida (levantamento da cerca sobre Luanda) não pode levar os cidadãos a baixar a guarda em relação ao cumprimento das medidas de biossegurança. Antes, prosseguiu, deve servir de factor para que se tenha, cada vez mais, consciência de que a propagação do vírus continua a ser um facto.
"E a única forma de se evitar isto é, de facto, a contínua observância das regras de biossegurança, tais como a lavagem das mãos, o uso permanente e correcto da máscara facial, o distanciamento em locais públicos e evitar os aglomerados", frisou.
Francisco Furtado ressaltou que estudos, realizados nos últimos tempos, apontam como factores para a elevação dos casos os eventos realizados a nível familiar, as festas clandestinas e a não observância das regras estabelecidas no Decreto Presidencial sobre o Estado de Calamidade Pública.
Adesão à vacina
Apesar de se notar uma evolução positiva na eficácia das medidas, e estando o país com níveis "bastantes" satisfatórios na recepção de vacinas das diferentes variantes que se estão a utilizar no país, Francisco Furtado disse não ser ainda positivo o nível de adesão da população aos postos de vacinação.
"Os novos postos de auto- rendimento instalados nos sete municípios da província de Luanda deviam, em média, vacinar cerca de três mil pessoas, cada", realçou. Disse estarem criadas, em todo o país, condições para termos uma média de 90 mil pessoas vacinadas por dia. "No entanto, esta afluência está a ser bastante reduzida", destacou.
Para fazer face a este quadro, a sessão de ontem do Conselho de Ministros recomendou à Comissão Multissectorial de Prevenção e Combate à Covid-19, às comissões provinciais e aos órgãos de comunicação social, particularmente, a desempenharem um papel mobilizador, no sentido de sensibilizarem os cidadãos a se vacinarem. "Porque a vacina vai contribuir para a redução das probabilidades de contágio e dos efeitos que a doença tem causado", disse.
Como forma de estimular as pessoas a se vacinarem contra a Covid-19, a 8ª sessão ordinária do Conselho de Ministros aprovou uma proposta para a realização de um sorteio, no dia 31 de Dezembro deste ano, que vai premiar, aleatoriamente, cidadãos que tenham tomado as duas doses de qualquer uma das vacinas em uso em Angola. Francisco Furtado deu a conhecer que este sorteio vai realizar-se em todo o país.
"Este sorteio vai ser, de-pois, anunciado com um regulamento. E a entidade que o fará não será, logicamente, a Comissão Multissectorial. Haverá uma entidade, que poderá ser as Lotarias de Angola ou uma outra entidade", frisou.
O sorteio vai decorrer em simultâneo em todo o país. O vencedor será premiado com uma viatura zero quilómetros.
Fim da quarentena domiciliar
A 8ª sessão do Conselho de Ministros aprovou, igualmente, uma proposta do Ministério da Saúde relativamente à suspensão da quarentena domiciliar para todos os cidadãos provenientes do estrangeiro e que tenham as duas doses da vacina tomadas.
Com isto, o cidadão, seja nacional ou estrangeiro, que regresse de viagem ao país com o teste negativo e tenha o certificado das duas doses da vacina tomadas ficam sem cumprir, a partir de hoje, a quarenta domiciliar.
Esta exigência vai continuar obrigatória para aqueles cidadãos que não tenham ainda tomado as duas doses. Quanto ao uso da máscara facial, Francisco Furtado disse que continua obrigatório no país, devido à não adesão considerável da população ao processo de vacinação.
"Nós ainda não atingimos, sequer, uma percentagem razoável que permita termos estabilidade no controlo da circulação do vírus", acentuou.