PREÇOS DO CACAU ESTIMULAM A EXPANSÃO DA PRODUÇÃO NO PAÍS
14 Abril 2021 | Economia | Jornal de Angola
O ministro da Economia e Planeamento considerou, em Cabinda, que o cacau, desde há ano e meio cultivado na província, tem um alto valor comercial no mercado internacional, onde é vendido a preços situados entre dois mil e quatro mil dólares a tonelada, prevendo uma rápida expansão da produção para outras regiões do país.
Sérgio Santos tem o regresso a Luanda previsto para hoje, depois de ter permanecido desde segunda-feira, em Cabinda, para se inteirar, junto do Governo local e de produtores familiares e empresariais, da evolução dos programas que impulsionam a produção nacional naquela província.No fim de uma visita à AIED, uma unidade agro-industrial que se dedica a compra, transformação e comercialização de cacau, o ministro realçou a viabilidade do fruto para os produtores de Cabinda, onde um projecto envolvendo 400 famílias é financiado em 123 milhões de dólares pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).
"Vamos ter, brevemente, muita produção de cacau em Angola, em Cabinda e em outras regiões do país”, disse o ministro, que prometeu apoio do Governo a iniciativas do género que partam de produtores familiares e de empresários que operam ao longo da cadeia de valor.Uma componente do apoio, anunciou Sérgio Santos, prende-se com as ajudas necessárias nos domínios da criação de uma indústria chocolateira e da certificação de qualidade, para posicionar os produtos angolanos no mercado internacional, onde a procura é enorme. Além da visita à AIED, situada na cintura verde do projecto do Vale do Yabi, nove quilómetros a Sul da cidade Cabinda, o ministro deslocou-se a outras unidades agro-pecuárias, onde estão a ser implementados os programas de fomento pecuário, com particular realce para a criação de gado bovino, caprino e de aves.Numa dessas unidades, a empresa Cabigral, foi informado sobre a produção de frangos e ovos a uma capacidade instalada que, em condições normais, gera uma oferta de cerca de 200 mil frangos por ano. A agenda da deslocação inclui encontros com operadores de vários ramos de actividade, incluindo agricultores, para anunciar factos da evolução do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (Prodesi) que podem acelerar o financiamento destinado à província.
Evolução no Cuanza-Sul
O secretario de Estado para a Economia, Mário Caetano João, iniciou, ontem, uma deslocação de trabalho de três dias ao Cuanza-Sul, onde prevê avaliar acções do Prodesi nos municípios do Am-boim, Quibala e Cela.
Mário Caetano João declarou à imprensa, depois de um encontro com a vice-governadora para o sector Político, Social e Económico, Tchinawalile Camuhoto, que, durante a permanência, vai avaliar projectos já financiados no âmbito do Prodesi, das Medidas do Alívio Económico e do Aviso 10/20 do BNA, para obter uma percepção de como estão funcionar.Considerou importante efectuar visitas dessas, para que a informação possa fluir e ajudar na comunicação entre o Executivo, produtores ou empresários e as instituições que têm o papel de aplicar os programas.
O secretário de Estado anunciou encontros com operadores económicos locais para ouvir os desafios que têm, as barreiras que encontram e como podem ser desbloqueadas, assim como com a banca comercial, para obter explicações sobre os números do financiamento.Dados obtidos pelo Jornal de Angola indicam que em-preendimentos económicos implantados no Cuanza-Sul receberam, no ano passado, 1.264 milhões de kwanzas em financiamentos de iniciativa institucional.
Seis projectos ligados a empresas operadoras de co-mércio e distribuição receberam um valor global de cerca de 857 milhões de kwanzas por via do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), beneficiando duas empresas do Sumbe, igual número na Quibala, uma empresa na Cela e outra em Cassongue.No quadro das medidas de alivio económico 18 cooperativas agrícolas da província apresentaram pedidos, 16 dos quais aprovados, com 14 a beneficiaram de um desembolso global de 390 milhões de kwanzas. Seis fazendas da Quibala e uma do Ebo receberam financiamentos do Prodesi avaliados num total de 20 milhões de kwanzas.