A Cimeira França-África
18 Maio 2021 | Sociedade | Jornal de Angola
Realiza-se hoje em Paris a Cimeira França- África, numa altura em que o mundo atravessa uma grave crise económica, agravada pela pandemia da Covid-19.
Todos os países do mundo foram de alguma forma afectados (uns mais do que outros) pela pandemia da Covid-19, com repercussões negativas nas suas economias, que em muitos casos entraram em recessão.
Em tempos de crise global, como a que estamos a viver, os Estados podem não ter capacidade para resolver isoladamente os seus problemas internos, precisando da ajuda de mecanismos multilaterais capazes de acudir a situações de carência de recursos financeiros.
O multilateralismo, nas relações internacionais, afigura-se como uma via que pode resolver problemas de países que precisam de recursos financeiros, como é o caso dos Estados africanos, que estão com dificuldades para responder rapidamente aos efeitos da crise económica.
A França terá compreendido que deve avançar com outros Estados, nomeadamente africanos, no esforço para a recuperação económica mundial, que passa pelo financiamento de projectos que possam por exemplo tornar as empresas em condições de voltar a criar empregos para milhares de pessoas, para que as famílias tenham uma vida digna.
Tem se dito que a união faz a força. A França não quer avançar sozinha para a recuperação da economia mundial,um processo do qual a África, na sua visão, não deve ser afastada.
A França é um parceiro de África que pode,por exemplo, servir de facilitador em negociações sobre a dívida dos países africanos, convencendo os credores a conceder novas condições de pagamento aos Estados devedores do nosso continente.
Esperamos que a Cimeira França -África seja uma oportunidade para lançar um modelo de multilateralismo que seja benéfico para países e povos. Que se acabem com os egoísmos dos que só querem receber e nada querem dar aos outros.
Temos de começar a pensar na construção de um mundo em que todos devem ser tidos em conta, porque precisamos uns dos outros.
A crise gerada pela pandemia da Covid-19 deve levar-nos a reflectir sobre a realidade do mundo actual. Afinal somos todos vulneráveis e precisamos de estar unidos para fazermos face a problemas comuns, de ordem económica e social.