Produção de algodão do país pode alcançar auto-suficiência

24 Agosto 2021 | Economia | Governo de Angola

Produção de algodão do país pode alcançar auto-suficiência

Mil camponeses vão dar início, a partir de Janeiro de 2022, à produção em larga escala de algodão no perímetro da Baixa de Cassanje, na província de Malanje e com o pólo Agro-Industrial de Quizenga garantirem, em quatro anos, a auto-suficiência na produção nacional. 

 

O investimento aplicado para o sucesso desta iniciativa é de 55 milhões de dólares, segundo informação avançada pelo presidente do Conselho de Administração do Investimento e Participações (IEP), empresa de direito angolano, vencedora do concurso para a gestão da Nova Textang II, em Luanda. 

 

Jorge Amaral explicou, sexta-feira, durante uma visita de jornalistas, que a empresa importa, mensalmente, mil toneladas de algodão ao Tchad e Nigéria, com um gasto mensal de 2.500 dólares por tonelada.Todavia, disse, têm já preparada uma encomenda de 25 toneladas de fios de tecido para exportar a Portugal no próximo mês. 

 

Níveis de produção 

A fábrica Textang II tem, actualmente, uma produção mensal de mais de 100 mil metros de tecido de diversos tipos e cores, suportada por 180 trabalhadores. Prevêem aumentar para 370 e alargar de um para três turnos de trabalho, numa primeira fase. Depois disso, projectam operar 24/24horas. 

 

Jorge Amaral disse também ser meta, de acordo com indicadores mais recentes, atingir os 800 mil metros de tecido por mês, até ao final do ano. Nos últimos dois meses, a fábrica colocou no mercado nacional mais de 150 metros, que foram distribuídos em 15 empresas nacionais de confecções de roupa. 

 

Do total de 95 milhões de dólares previstos como investimento, já foi gasto 50 por cento, para a recuperação da maquinaria, instalações e aquisição da matéria-prima principal, no caso o algodão."Foi recuperada uma série de equipamentos, incluindo as máquinas que tivemos de importar. Trata-se de peças da Alemanha, Japão, Brasil e Inglaterra”, informou Jorge Amaral, sublinhando que houve um investimento de mais de três milhões de dólares somente em peças. 

 

Nos termos de um acordo, o IEP paga, anualmente, ao Estado, 845 milhões de kwanzas de renda. Findo o contrato de gestão de oito anos, poderá comprar a fábrica.Têm-se em carteira um projecto para a produção, a curto prazo, de tecido para uniformes, destinado ao uso das forças de Defesa e Segurança do país.Para os gestores da IEP, este investimento deverá eliminar as importações e poupar milhões em divisas às contas nacionais.

 


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