Terminais do Kapossoka e Mussulo vão a concurso

10 Agosto 2021 | Economia

Terminais do Kapossoka e Mussulo vão a concurso

A Empresa Portuária de Luanda E.P. coloca, a partir de amanhã, à disposição de empresas nacionais e estrangeiras interessadas às peças do procedimento contratual do concurso para a gestão dos Terminais Marítimos de Passageiros do Kapossoka, Mussulo, Museu da Escravatura e Macôco, cujo prazo para apresentação de candidaturas vai até 22 de Setembro mediante caução de 250 mil kwanzas.

 

No edital que publicou nas páginas do Jornal de Angola, a Empresa Portuária de Luanda prevê um período de dez anos como duração de contrato, devendo, todavia, as empresas candidatas apresentarem um capital próprio não inferior ao equivalente a 300 mil dólares e um volume médio de negócios, dos últimos três anos, não abaixo do equivalente a 500 mil dólares.



As empresas candidatas são também obrigadas a apresentarem um certificado de contratação de seguro de riscos profissionais e experiência comprovada de cinco anos em actividades similares.


Avaliação rigorosa
Segundo o documento assinado pelo presidente do Conselho de Administração interino, Aníbal António Vuma, a adjudicação obedecerá ao critério da proposta economicamente mais vantajosa, além da rigorosa avaliação sobre as capacidades técnicas da empresa.



Este concurso é parte da estratégia de revitalização dos transportes marítimos, que deverão trazer de volta às águas de Luanda os catamarãs, tidos como opção válida no desafogamento do trânsito e nas ligações Sul com a Baixa da Cidade de Luanda.



Apesar da nova infra-estrutura em construção, a capital do país (Luanda) conta com os terminais do Porto de Luanda, do Kapossoka, do Museu da Escravatura e Mussulo, de onde partirão também pessoas para Cuanza-Sul, Benguela e Namibe, em viagens comerciais.
De momento, estão sob controlo quatro catamarãs com capacidades diferentes, designadamente o "Cacuaco” e o "Luanda”, ambos com 242 lugares em Classe Económica e 72 em Classe Executiva (314 no total), bem como o "Panguila” e "Macôco”, os dois com 136 passageiros apenas na Classe Económica.



De igual modo, já está na posse da Sécil Marítima, o "Ferryboat Cabinda”, que, embora misto, é essencialmente de carga, com capacidade para nove (9) contentores de 20 "pés” e nove (9) viaturas ligeiras, bem como 60 passageiros sentados.
Num texto assinado por Osmar da Fonseca, publicado pela Angop, é exaltado o facto de os transportes marítimos possuírem a novidade de poderem fazer a ligação entre províncias face ao vasto litoral e num custo menos alto que os das ligações marítimas e menos stressante que as terrestres.



Por agora, a prioridade do Executivo é ligar as províncias de Cabinda e do Zaire, pelo município do Soyo, por ser o mais próximo - mesmo em termos fluviais, com a disponibilização de quatro embarcações de passageiros (catamarãs) e um misto (o Ferryboat, para passageiros e cargas contentorizadas).



Com isso, pretende-se pôr fim ao monopólio das companhias aéreas, particularmente da TAAG, a grande responsável pela movimentação das pessoas de Cabin-da para o resto do território nacional, sem qualquer opção para os clientes, depois da saída em cena das concorrentes Sonair e de outras em-presas aeronáuticas total-
mente privadas.



Trata-se de uma solução preliminar e imediata, contida num programa em curso, para responder à procura e aos an-seios das populações sobre a disponibilidade de transportes públicos, de rotas interprovinciais e facilitar a circulação de pessoas e carga por todo o país, no sistema intermodal.


Arranque para Cabinda
Face à urgência na efectivação deste serviço, a Sécil Marítima S.A prevê iniciar o transporte comercial de passageiro, entre as cidades de Cabinda e do Soyo, a partir do último trimestre do corrente ano, revelou o presidente interino do Conselho de Administração da instituição, João Martins.



Segundo o responsável, nesta altura, estão disponíveis quatro catamarãs e um Ferryboat, e desde o mês de Junho estão em docagem (afinação/preparação) duas embarcações, por cerca de 60 dias, para a renovação do casco, pintura, revisão nos motores e geradores, aspectos gerais tecnológicos e funcionais.



"O início das operações está condicionado à docagem das embarcações, bem como da conclusão das obras dos terminais de passageiros e dos equipamentos técnicos e tecnológicos”, explicou o PCA, sublinhando que o arranque das viagens Cabinda-Soyo é uma alternativa à rota Luanda-Soyo-Cabinda, inicialmente prevista para este mês.


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